casal_brigaComo lidar com a queixa mais comum nos casamentos: a falta de diálogo.

A queixa mais comum nos casamentos é a falta de diálogo. Queixa muito mais comum da parte das esposas, mas maridos também sentem falta disto quando sua mulher é tagarela, fala sem pensar, ou é muito fechada. Um problema comum nos relacionamentos humanos é a dificuldade de comunicação afetiva, empática. É a dificuldade de ouvir com a razão e o coração. Os dois juntos de forma equilibrada e com interesse na história da pessoa a fim de compreendê-la, deixando seu self (eu) de lado e mergulhando atentamente no que a pessoa diz.

As boas novas é que é possível aprender a ouvir. Pode ser que seu cônjuge (filho, pai, mãe, etc.) sinta falta de um ouvido acolhedor e atento. Uma pessoa impulsiva e mentalmente hiperativa atropela os outros, não por maldade ou intencionalidade. É o seu jeito de ser. Mas ela pode aprender a controlar-se. Se não, será complicado viver bem com as outras pessoas e com ela mesma. Uma pessoa hiperativa mentalmente é aquela em que um indivíduo está na metade da pergunta e o hiperativo já está respondendo. Atropela tudo e todos o tempo todo. Claro, atropela-se também.

Um casal saiu para caminhar e o marido queria desabafar algo que o incomodava. Sempre que ele dizia algo, a esposa terminava com: Sim, mas… Não ecoava com o que ele dizia, e falava de algo dela. Não criava empatia com ele. Ele contava algo da dor emocional que vinha sentindo, e ela dizia: Sim, mas… e falava dela mesma. O que ele queria é que ela apenas o ouvisse. Ouvir é terapêutico, ou seja, cura. Muitas pessoas melhoram seu descontrolado estresse mental apenas por serem ouvidas. Não é preciso, necessariamente, que você dê uma solução para elas. Não tem que encontrar ansiosamente uma resposta para a angústia delas. Não tem que responsabilizar-se por ter que ter uma saída para o problema que elas expõem. Basta ouvir. Estas pessoas poderão, muitas vezes, encontrar as soluções por elas mesmas. Deus as dará isto, na medida em que elas estejam abertas e receptivas para a luz da vida. Elas precisam só de um colo, e o colo neste contexto é ouvir atentamente. Com o coração. Só isso.

Ouvir pode ser o suficiente. Não é comparar a história da pessoa com a sua, quem sabe querendo mostrar que e o quanto a sua foi pior. Não é ficar dando dicas de como fazer. Não é minimizar o problema dizendo que é bobagem, ou não se preocupe, ou dando lições morais ou religiosas tipo Ore mais!, Está lhe faltando fé!, Você precisa ir à igreja!, etc. Apenas ouça. Aprendemos muito sobre nós mesmos escutando os outros. Escute e aprenda. Alguém disse que se tivermos autodisciplina para ficar quietos e prestar atenção às palavras dos outros, podemos aprender muito sobre nós mesmos e sobre o mundo. É verdade. Faça isto. Assim seu cônjuge (ou outra pessoa próxima) se sentirá amparado e aliviado.

Dr.César Vasconcelos
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