Nesta lição, vamos estudar algumas questões importantes na escolha do(a) companheiro(a) de vida.

H. Jackson Brown Jr. – escritor, compositor e artista – deu um presente para o filho: um caderno com centenas de idéias e sugestões que havia anotado no decorrer da sua vida. Daquelas instruções, havia uma que dizia: “Escolha muito bem o seu cônjuge. Dessa decisão única, resultarão noventa por cento de toda a sua felicidade ou de toda a sua desgraça”. Que verdade!

Por que escolhemos alguém para casar?

Uma das características mais importantes do ser humano é o fato de que fomos feitos seres sociais. Desde cedo, as crianças já procuram se relacionar umas com as outras, satisfazendo assim, suas necessidades psíquicas, sociais e físicas. Na adolescência e na juventude, o processo de amadurecimento nos leva a sentir o desejo de nos relacionarmos com alguém do sexo oposto – o que é natural. Para a maioria de nós, a vida não tem um sentido completo se não podemos compartilhá-la com alguém muito especial.

Geralmente escolhemos alguém por um ou mais dos seguintes motivos:

a)Alcançar uma vida cheia de significado.
b)Satisfazer nossas próprias necessidades de amor, de aceitação, de segurança, de reconhecimento e de interação.
c)Ter alguém com quem compartilhar, com quem desenvolver-nos social, física, intelectual e espiritualmente.
Mas, será que nossos motivos estão certos?

2. O que levamos em conta, ao escolher?

Algumas coisas que exercem grande influência na hora de escolher o cônjuge são: a beleza, nossas experiências, nossas necessidades emocionais, nossos valores e metas, nossas crenças religiosas e nossa própria escala de valores.

2.1 Beleza. A beleza física é um presente de Deus que pode ser cultivado e apreciado. Afinal, não há como nos relacionarmos matrimonialmente sem termos atração física pelo nosso cônjuge. Mas não deve ser um fator prioritário para esta escolha. É muito mais seguro levar em conta a beleza interior, que expressa os traços positivos do caráter e o que se tem definido de princípios morais determinados. Este critério é um bom alicerce para o casamento (Leia Provébios 31:30).

2.2 Experiências. As experiências que vamos adquirindo com a vida determinam os nossos sentimentos, a nossa forma de pensar, as nossas atitudes e o nosso comportamento. O ambiente cultural, social e familiar onde crescemos faz parte de nós. Isso tudo tende a direcionar nossas necessidades, nossos valores e metas e nossa perspectiva de vida; fatores que, se diferentes demais, podem se tornar incompatíveis.

2.3 Necessidades. Todo mundo tem necessidades. O problema é que as necessidades emocionais do homem e da mulher são diferentes e ambos, em geral, desconhecem esse assunto. Daí, terminam não sabendo apoiar um ao outro. John Gray, autor de “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, diz que “a maioria das nossas complexas necessidades emocionais pode ser resumida como necessidade de amor”. Veja abaixo, doze tipos de “necessidades de amor” (metade do homem, metade da mulher):

Ela precisa de carinho; ele precisa de confiança.
Ela precisa de compreensão; ele precisa de aceitação.
Ela precisa de respeito; ele precisa de apreço.
Ela precisa de devoção; ele precisa de admiração.
Ela precisa de valorização; ele precisa de aprovação.
Ela precisa de reafirmação; ele precisa de encorajamento.

2.4 Valores e objetivos de vida. Os valores são os ideais, os costumes e as crenças ou instituições aos quais atribuímos importância e respeito. A verdade, a honestidade e as crenças religiosas constituem classes de valores. Os objetivos de vida são as metas pelas quais lutamos. Conhecer as metas e os valores do candidato a ser seu(sua) esposo(a) é muito importante. Geralmente, quanto mais semelhantes forem as metas e os valores de duas pessoas, mais chances elas têm de alcançar harmonia no relacionamento.

2.5 Os princípios religiosos. Os princípios religiosos nos guiam nas experiências da vida, nas decisões e no nosso comportamento. Eles são um fator cultural tão forte em nós, que podem tornar gostos e costumes em valores inegociáveis. A necessidade de que o marido e a mulher tenham e pratiquem os mesmos princípios religiosos é um fator determinante para a harmonia no lar.

2.6 Escala pessoal de valores. É uma síntese dos fatores psicológicos, sociais, culturais e religiosos, mencionados acima. Um bom começo para o casal é ter as escalas de valores semelhantes. Isso não significa que os dois devam pensar sempre da mesma forma. Também não quer dizer que não devam ter opiniões diferentes. As diferenças acrescentam sabor à vida, porém devem estar ligadas a aspectos secundários do relacionamento.

3. Como conhecer o outro e a si mesmo?

Emocionalmente comprometidos, temos a tendência de não olharmos de maneira honesta para nós mesmos e para quem estamos amando. Temos medo de descobrir as coisas desagradáveis. Mas precisamos identificar os nossos pontos fortes e fracos, se quisermos ter sucesso na escolha do cônjuge.

Portanto:
a) Faça uma auto-avaliação. Formule para si perguntas acerca de suas necessidades de segurança, de reconhecimento, de interação, de novas experiências e de apoio emocional. Verifique se suas necessidades nessas áreas são normais ou excessivas. Até que ponto você tem necessidade de dar e receber amor? Quais são seus valores, ideais e metas?

b) Avalie a pessoa com quem quer se casar. Observe como ele(a) trata a família. Possivelmente isso terá relação com o tratamento dele para com você. Reflita sobre até que ponto seu futuro cônjuge necessita de segurança, reconhecimento e apoio emocional. Identifique os hábitos, atitudes, valores e metas dele(a). Você pode fazer isso, conversando com ele(a), com os familiares e amigos dele(a) ou observando o seu comportamento.

c) Veja até onde vai o respeito. Tente perceber se o seu noivo(a) respeita a você e a si mesmo(a). O que queremos dizer com respeito, não se trata apenas de relacionamento físico, mas os contatos físicos podem servir de termômetro. Mesmo o sexo antes do casamento sendo tão comum, no plano de Deus, só há espaço para os contatos mais íntimos, dentro do casamento. Embora muitos contestem isto, a experiência profissional tem demonstrado que os casais mais felizes são aqueles que sabem esperar para ter suas intimidades sexuais somente dentro do casamento.

d) Estude os efeitos das suas possíveis reações. Procure prever algumas situações, como se vocês já fossem casados. Você acha que poderá suprir as necessidades de seu companheiro(a), mencionadas no item anterior? Você o(a) aceita como ele(a) é? Não pense que após o casamento a pessoa se transforma. Você tem paciência e tolerância suficientes para conviver com os defeitos dele(a)? Projete seus pensamentos através do tempo e tente imaginar racionalmente o papel que cada um de vocês dois desempenhará como amante, pai(mãe) e companheiro(a) de idade madura.

4. A relação a três

Já vimos alguns elementos indispensáveis que devem ser observados, quando se quer casar. No entanto, este que abordaremos é o mais importante de todos para a harmonia familiar. Queremos propor, para o seu casamento, um relacionamento que vai além da entrega de uma pessoa à outra. Trata-se de uma relação compartilhada a três. Sim, você compartilhando o seu amado (a sua amada) com outra pessoa: Deus. Observe o triângulo abaixo. Ele representa um casamento. As laterais representam o homem e a mulher. O topo representa Deus. À medida que cada um deles se aproxima de Deus, se aproxima também da pessoa que ama. O número um no coração de ambos deve ser Deus.

Se um casal deseja ter unidade entre si, deve buscar também a união com Deus. Veja algumas formas de fazer com que o relacionamento com Deus seja real na relação a dois:

a) Devoção pessoal. É dedicar tempo para meditar no Deus Criador que é o mais interessado na felicidade de cada ser humano. Isto é feito através da leitura diária da Bíblia, pois ela é o “pão que nos alimenta”, espiritualmente falando. Através dela conhecemos e ouvimos a Deus.

b) Oração. Significa conversar com Deus, confiando a Ele a direção da sua vida. É importante que a pessoa tenha um tempo e um lugar especiais para, diariamente, abrir o coração ao Senhor, como a um amigo.

c) Participar de atividades religiosas. É um hábito que fortalece os laços familiares em princípios, valores, relacionamentos sociais e paz interior.
d) Coerência. É mostrar os resultados de suas crenças na vida prática

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Conclusão

Nesta lição, estudamos alguns detalhes importantes que devem ser observados antes de casar, que são as experiências, as necessidades, os valores e as metas e as crenças de ambas as partes; isso pesa muito no destino da relação a dois. Lembre-se: quem aceita a direção divina em seus planos e ideais consegue constituir uma família harmoniosa e que vai valer a pena para a sociedade e para as gerações futuras.

A próxima lição é EM BUSCA DE UM CASAMENTO IDEAL. Nela veremos outros aspectos indispensáveis para o desenvolvimento de uma relação satisfatória, como a comunicação, a cooperação, a compreensão e o comprometimento.

Esperamos que você tenha apreciado estudar este segundo número do curso Família Feliz e até a próxima lição!

A Arte de Compreender-se a si Mesmo. Cecil Osborne, Editora JUERP
Entenda Melhor o seu Temperamento. Gary Smalley, Editora Mundo Cristão
Mensagem aos Jovens. Ellen G. White, Editora Casa Publicadora Brasileira

 

Momento de Refletir

l . Que motivo leva ou levou você a querer se casar? Você acha que este motivo é saudável ou não? Escreva abaixo e avalie-o.
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2. Você conhece bem seu(sua) noivo(a) ou marido(esposa)? Se não, o que você pode fazer para conhecê-lo(a) melhor?
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3. Deus faz parte do seu relacionamento? Se sim, quais as bênçaos dessa decisão? Se não, quais práticas podem ser desenvolvidas para que o seu relacionamento tenha a participação de Deus?