Em 12 de janeiro de 2010, o mundo foi abalado por um terremoto que devastou o Haiti, o país mais pobre das Américas, e deixou cerca de 230 mil mortos, sem contar mais de 1 milhão de desabrigados. Como o país já havia sido castigado por furacões e tempestades, o jornalista Leonard Pitts Jr., do Miami Herald, foi levado a perguntar se o planeta não estaria “conspirando contra essa pequena e humilde nação”.[1]

Sim, às vezes, a Terra é cruel, Leonard. Mas não há conspiração contra o Haiti. Afinal, logo depois, em 27 de fevereiro, foi a vez do Chile sofrer um sismo de mag­nitude 8,8, que matou mais de 700 pessoas e danificou 1,5 milhão de casas. O tre­mor foi tão forte que os sismologistas estimam que ele pode ter encurtado a du­ração do dia em 1,26 microssegundo e alterado o eixo da Terra em 8 cm! Então, em abril, vieram as chuvas do Rio de Janeiro, matando mais de 230 pessoas. E as tragédias pelo mundo afora continuaram… Ainda existe esperança para o planeta?

Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamou que a alimentação é um direito básico do ser humano. Em 1969, a Declaração sobre o Progresso e o Desenvolvimento no Campo Social afirmou que é necessário “eli­minar a fome e a subnutrição e garantir o direito a uma nutrição adequada”. Em 1974, foi a vez da Declaração Universal para a Eliminação Definitiva da Fome e da Subnutrição dizer que cada indivíduo “tem o direito inalienável de ser liberta­do da fome e da subnutrição”. Se isso não bastasse, em 1992, a Declaração Mun­dial sobre a Nutrição reafirmou que “o acesso a alimentos seguros e nutritivos” constitui um direito universal. Documentos… Apesar das boas intenções, a des­nutrição ou subnutrição maltrata 1 bilhão de pessoas no mundo! Ainda existe esperança para os pobres?

No 1º século da era cristã, a população do mundo oscilava entre 200 e 300 milhões. No século 17, chegou a 500 milhões. Em 1804, com o rápido crescimen­to demográfico, deu um salto para 1 bilhão. Em 1927, cravou 2 bilhões; em 1960, 3 bilhões; em 1974, 4 bilhões; em 1987, 5 bilhões; em 1999, 6 bilhões. Hoje, a po­pulação está beirando a casa de 7 bilhões. A estimativa é de que chegue a 8 bi­lhões em 2025, 9 bilhões em 2040 e 10 bilhões em 2060. Se o mundo levou 123 anos para ir de 1 bilhão a 2 bilhões, gastou somente 12 para ir de 5 a 6 bilhões, o mesmo tempo necessário para ir de 6 para 7 bilhões.[2] Ainda existe esperança para o mundo?

Poderíamos continuar enumerando tragédias e estatísticas em várias áreas por centenas de páginas. Mas você já captou a ideia. A grande pergunta é: exis­te esperança para o mundo, com todos os seus problemas, e para cada um de nós, com nossas crises? Se há esperança, onde ela se encontra? A esperança es­taria na política, na religião, na educação, na ciência, na tecnologia, na criativida­de?… Acreditamos que existe esperança, mas ela não está nessas coisas. Só exis­te uma verdadeira fonte de esperança para o mundo, e este livro foi escrito para ajudar você a conhecê-la melhor.

Não sei como este livro foi parar em suas mãos. Talvez alguém lhe tenha pre­senteado ou você o tenha adquirido em algum lugar. Isso não é o importante. O que realmente importa é que o conteúdo do livro lhe seja atrativo e proveitoso. Para isso, leia-o com calma até o fim, e você descobrirá um alimento saudável para o coração e uma mensagem que poderá mudar sua vida.

Em geral, estamos tão ocupados com nossas obrigações e tão envolvidos na rotina da vida que achamos difícil encontrar um momento adequado para a reflexão espiritual, não é mesmo? E, sem que nos demos conta, pode ocorrer conosco o mesmo que aconteceu com um conhecido político europeu a quem perguntaram se havia visto o eclipse do Sol no dia anterior. Sua resposta foi: “Estou tão ocupado com os problemas da Terra que não tenho tempo de olhar para o céu!” Que resposta!

Poderíamos estar levando uma vida tão horizontal a ponto de não termos tempo para levantar o olhar da alma? Poderia uma filosofia terrena e secular de vida estar nos roubando a capacidade de cultivar os valores espirituais? Como resultado, quanta paz e alegria podemos perder!

Este pequeno livro nos introduz ao terreno da fé, da esperança e do amor, as três virtudes máximas que dão plenitude e felicidade ao coração. Mas, de modo especial, nos coloca em contato com a esperança, a grande força criativa e sustentadora da vida.

O que é uma pessoa sem esperança? É alguém sem sonhos, sem ideais, sem futuro… É alguém sem otimismo, que não sente vontade de lutar. Quando não há esperança, o desespero ocupa seu lugar. O pensamento derrotista se apode­ra da pessoa e sobrevém o fracasso.

O que é uma pessoa com esperança? É alguém com mente positiva e otimista, que crê no triunfo do bem sobre o mal, que não desfalece na luta, que se levanta quando cai, que confia na direção divina e que conserva o entusiasmo de viver.

A esperança é o assunto dominante destas páginas. Num mundo mergu­lhado em desespero, ainda existe esperança? Ao longo deste livro, apresentare­mos respostas que farão bem ao seu coração. Ao lê-lo, você desfrutará de uma viagem espiritual na companhia do Autor da verdadeira e suprema esperança. Descobrirá a única solução real para os problemas da vida.


[1] Leonard Pitts Jr., “Cruel as it is, we somehow go on”, Miami Herald, disponível em http://www.miamiherald.com/2010/01/14/1424766/cruel-as-it-is-we-somehow-go-on.html.

[2] “World Population”, Wikipedia, disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/World_population.

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Obs. Nas próximas postagens você encontrará capítulo a capítulo o texto do livro: “Ainda existe esperança : a solução para os problemas da vida”.