Em média, 14 anos é o tempo de duração de um casamento no Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De cada três casais que prometem estar juntos na saúde e na doença, até que a morte os separe, um acaba se divorciando. Enquanto alguns casamentos terminam, espalhando feridas emocionais entre cônjuges e filhos, outros continuam, como se marido e mulher insistissem em morar numa área de risco, prestes a desabar. Diante de tantos casais infelizes e pessoas machucadas por relacionamentos abusivos, existe alguma esperança para os casamentos, além de um fim doloroso ou o prolongamento melancólico de um sofrimento suportável?

Embora a vida real não se encaixe em fórmulas prontas e soluções de consultório, Willie e Elaine Oliver acreditam que toda família tem jeito. Essa é a mensagem principal que os autores apresentam no livro Esperança Para a Família, lançado em 2019 pela Casa Publicadora Brasileira (CPB), editora da Igreja Adventista no Brasil. A obra terá uma tiragem que ultrapassará os 22 milhões de exemplares em português e espanhol, e será distribuí- da gratuitamente em oito países da América do Sul.

O otimismo dos autores não é ingenuidade de um casal imaturo. Na verdade, é resultado de mais de 30 anos de uma união marcada por desafios e realizações, entre eles a educação de dois filhos. Além da experiência de vida, o casal soma muitas horas de estudo dedicadas ao tema. Willie é formado em Teologia, com mestrado em Aconselhamento Pastoral e doutorado em Sociologia da Família. Elaine é educadora com mestrado na área de Aconselhamento Psicológico e cursa o doutorado em Psicopedagogia. Nos Estados Unidos, eles apresentam o programa Real Family Talk, na TV Hope Channel, e são colunistas da revista Message.

Com o livro Esperança para a Família, Willie e Elaine desejam compartilhar experiências pessoais e de outros casais que renovaram o amor e o respeito em meio a situações difíceis. De acordo com a Bíblia, as turbulências familiares acompanham a humanidade desde que o primeiro casal se desentendeu (Gn 3). Porém, assim como o Criador apontou o caminho da restauração naquele momento, Ele continua fazendo isso por meio de Sua Palavra. Esse é o alicerce em que os autores sustentam as orientações práticas ao longo do livro.

Um dos pontos que se destacam é a necessidade de aprimoramento na comunicação. De acordo com Willie e Elaine, marido e mulher precisam superar os padrões reativos de diálogo para exercer uma forma de comunicação misericordiosa. Os autores afirmam que diante de qualquer ofensa feita por um dos cônjuges, o outro sem- pre terá a oportunidade de parar, pensar e escolher a resposta certa: “Aquela que acalmará o problema, em vez de jogar lenha na fogueira” (p. 51).

Embora a comunicação seja importante, para se sustentar o casa- mento é preciso algo mais do que palavras. Por isso, os autores argumentam que os casais devem ser leais ao plano divino de construir uma união exclusiva de respeito e fidelidade (p. 31). Willie e Elaine acreditam que, diante das crises na vida a dois, a solução não é buscar um novo relacionamento, mas criar um casamento renovado.

GUILHERME SILVA é editor de livros na CPB

Baixe a Revista Aqui