Você se lembra do Paulo, do começo deste livro? O marido estressado que sempre chegava em casa aborrecido com a supervisora e que nunca tinha tempo para a esposa e os filhos. Pois é. O grande problema dele é o estresse, assim como esse é um problema cada vez mais comum na vida de milhões de pessoas.
O estresse faz parte de nossa vida diária. A pressão do tempo e do trabalho, os problemas de relacionamento, os ruídos, a poluição, as finanças, a insegurança, são apenas algumas das causas do estresse.
Suas consequências não atingem somente o organismo, mas também a mente e as emoções. O estresse deve ser tratado com cautela, pois seus efeitos trazem grandes prejuízos e podem chegar à fatalidade. Por outro lado, em justa medida, o estresse é uma fonte de motivação que deve ser aproveitada. Os mecanismos do estresse liberam energia suficiente para se enfrentar quase qualquer situação. Alguns até classificam assim: stress – condição fisiológica, necessária e útil à vida e à sobrevivência; distress –condição de desequilíbrio, prejudicial à saúde.
A costureira Elvira sabe que sexta-feira é a data da entrega de suas costuras, e trabalha incansavelmente na quinta-feira. De fato, produz mais do que na terça e quarta juntas. Concentra-se melhor, trabalha mais rápido e com maior precisão; esquece até de comer, mas não chega a desmaiar. Na sexta-feira, entrega as roupas a tempo e relaxa com satisfação. O estresse foi útil nessa ocasião, mas ela não pode abusar dessa energia constantemente. Os piores efeitos do estresse sobrevêm quando situações como essa se tornam prolongadas. É o caso de Paulo, que já havia ultrapassado a barreira de defesa. E quando se ultrapassa a barreira do uso adequado do estresse, o organismo começa a sentir as consequências e baixa a resistência do sistema imunológico, que nos protege das infecções. Assim, ficamos mais propensos a adquirir todo tipo de doença, inclusive resfriados. Agora imagine estresse aliado à depressão… Do que essa dupla seria capaz? Teria sido esse o gatilho para o câncer do Carlão?

 

Efeitos físicos e psicológicos do estresse


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O estresse tem influência sobre diversas doenças, e o estado de desequilíbrio causado por ele enfraquece a mente e o corpo para enfrentar essas situações. O pensamento, as emoções e a conduta também sentem os efeitos do estresse excessivo.

Pensamento: dificuldade para pensar coerentemente, falhas de memória, falta de concentração, conceitos equivocados, etc.

Emoções: tensão constante, medo de contrair alguma doença, impaciência e irritabilidade, complexo de inferioridade, etc.

Comportamento: declínio na fluidez verbal, risco de uso de substâncias prejudiciais, ausência habitual na escola e no trabalho, dificuldade para dormir, problemas de relacionamento, etc.

 

Estresse permanente: grande perigo


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Paulo ainda não havia chegado ao ponto de desenvolver uma doença física, mas estava a caminho disso. Ele precisava mudar urgentemente seu estilo de vida, do contrário, o preço pago por ele e pela família seria alto demais. Quando o rendimento no trabalho é mantido à custa de alto estresse e grande tensão, perde-se a eficácia. E quando sua duração for prolongada ainda mais, surge o risco de sérios transtornos no organismo e na mente.

Em uma experiência feita com 400 participantes, todos em bom estado de saúde, mediu-se o nível de estresse dos últimos doze meses. Foi-lhes administrado um spray nasal que continha cinco tipos de diferentes vírus do resfriado comum. Foram examinados diariamente para analisar a presença ou ausência do vírus nas vias respiratórias e os possíveis sintomas de resfriado. Veja os resultados:

  • Foram encontrados vírus em quase todos os participantes.
  • Apenas a terça parte deles contraiu resfriado.
  • Com maior nível de estresse, maior quantidade de vírus.
  • Com maior nível de estresse, maior manifestação de sintomas.
  • Os classificados com alto grau de estresse contavam com o dobro de possibilidade de contrair resfriado.
  • O efeito do estresse era significativo, mesmo depois de eliminar variáveis importantes como a idade, prática de exercícios, dieta e consumo de álcool e fumo.

 

Como prevenir o estresse

O bom uso do tempo previne o estresse e precisamos saber como organizá-lo. O tempo é um dos bens que todos recebemos na mesma medida, e seu uso depende da maneira como cada um o utiliza. O que fazer para utilizá-lo equilibradamente?

Seja realista – Você conhece o ditado: “Não se pode dar um passo maior do que as pernas.” Ele adverte contra a pretensão de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, pois elas acabam sendo mal feitas. É preciso fixar objetivos que possam ser realizados em tempo disponível.

Estabeleça prioridades – Conhecendo as prioridades fica mais fácil se concentrar nas tarefas mais importantes. Isso tem muito que ver com seus valores e crenças. Que posição o dinheiro ocupa em sua vida? Qual a importância de seu trabalho? Como você considera seus relacionamentos familiares? Julga valiosa a ajuda de outras pessoas? Demonstra em sua vida valores religiosos? Dependendo de suas respostas, poderá destinar o tempo adequado para cada aspecto.

Diversifique suas tarefas – Não é possível ser feliz desenvolvendo apenas uma atividade, pois ela poderá se tornar obsessiva ou tediosa. O trabalho é importante para você obter uma renda e satisfação pessoal. O relacionamento do casal e da família são também ingredientes de bom equilíbrio. O lazer oferece muita satisfação e deve ser complemento do trabalho regular; portanto, faz bem alternar trabalho físico com lazer tranquilo, ou trabalho sedentário com lazer ativo.

Seja organizado – Prepare uma lista das coisas que você precisa fazer durante o dia e na semana. Centralize-se nelas e não se distraia com outras que tirem sua atenção dos objetivos desejados. Se sentir pressão exagerada, diminua algumas das atividades. Se achar que a tarefa é pouca, experimente acrescentar mais alguma coisa.

Viva de forma simples – Lazer que absorve muito tempo, férias esbanjadoras e esportes extravagantes podem se tornar causas de estresse. Todos exigem não apenas grandes despesas econômicas, mas também o uso de tempo e energia para poderem ser realizados. Experimente atividades simples como um passeio ao ar livre ou ler um bom livro. Aprenda a se alegrar com as coisas simples, as quais proporcionam verdadeira felicidade.

 

Como superar o estresse

O tratamento do estresse tem que ser completo, integral. Deve abranger todos os aspectos sociais (trabalho, família, amigos, etc.). Em períodos de crise de estresse, escolha a quantidade de trabalho que pode razoavelmente executar, e não se preocupe com mais nada. Dê atenção aos seus relacionamentos, esquecendo-se de si mesmo, procurando ser agradável, e ofereça sua amizade aos outros. Ajude alguém, conhecido ou não, sendo amável ou fazendo uma pequena contribuição humanitária. A reação dos outros o ajudará.

Superar o estresse envolve as diferentes dimensões da existência: física, mental e espiritual. Considere as orientações a seguir:

Plano mental – A terapia mais eficaz nos casos de estresse é chamada de psicoterapia cognitiva e consiste em ensinar a pessoa a dominar seus pensamentos, em vez de deixar que os pensamentos a dominem. Como posso conseguir? Praticando repetidamente estes exercícios:

  • Proíba os pensamentos negativos.
  • Escolha temas e motivações de pensamento positivo ou neutro. Por exemplo, experiências agradáveis do passado, pessoas a quem admiramos, amigos divertidos ou episódios de algum livro ou filme especial. Pense nessas coisas enquanto realiza tarefas rotineiras ou para substituir os pensamentos que causam preocupação.
  • Tenha como motivação as preocupações construtivas. Para solucionar os problemas que provocam o estresse, é necessário pensar em alternativas, recursos e outros modos de superar uma dificuldade, e não mergulhar em preocupação destrutiva, repetitiva e obsessiva.
  • Despreze crenças irracionais. Há pessoas que têm ideias e crenças negativas sobre si mesmas e sobre o ambiente em que vivem, que são ilógicas, arruínam a autoestima e aumentam o estresse. Por exemplo: “Não sirvo para nada”, “Ninguém gosta da minha companhia”, “A felicidade surge por acaso, e minha vez ainda não chegou”, “Minha supervisora me odeia e só quer me prejudicar”. Essas ideias devem ser rejeitadas. E se alguém não consegue sozinho, deve procurar a ajuda de um psicoterapeuta para dialogar sobre esse assunto e se libertar de tais crenças irracionais.

Plano físico ­– O exercício físico é o melhor remédio contra o estresse. Se sua saúde permitir, faça exercício físico vigoroso (corrida, natação, esportes), ou caminhe rapidamente todos os dias.

O relaxamento é outro bom remédio: separe meia-hora diariamente para repousar (não para dormir), tensionando os músculos um por um, intercalando momentos de relaxamento após cada tensão.

A respiração profunda ocasional é também muito útil para combater o estresse: respire profundamente, pressionando o abdômen (não os pulmões), e prenda o ar por alguns segundos antes de expirar.

Plano espiritual – A paz mental é incompatível com o estresse. Uma consciência tranquila pode ser obtida por meio da fé e da oração.

O Senhor Jesus, após um dia exaustivo de sermões, caminhadas e pressões da multidão, dizia a Seus discípulos: “Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco” (Marcos 6:31). Seu método consistia em Se levantar de madrugada, quando ainda estava escuro, indo a um lugar deserto para ali orar (Marcos 1:35).

A meditação mais significativa é a que tem sua base na Bíblia. Em um ambiente livre de distrações, procure ler um pequeno texto bíblico (alguns versículos do livro de Salmos ou Provérbios, por exemplo), concentrando-se ao máximo nessa leitura, refletindo em seu significado, sentindo a força poética do texto, descobrindo sua mensagem. Isso faz grande diferença! Experimente!

É importante fazer isso durante 15 a 20 minutos, e encerrar com uma oração a Deus, agradecendo-Lhe por Sua mensagem e pedindo-Lhe forças para enfrentar as dificuldades causadas pelo estresse. Também é proveitoso ler a experiência de algum personagem bíblico e buscar inspiração em sua história.

 

Pratique a saúde total


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A melhor prevenção do estresse é um estilo de vida saudável e equilibrado, tanto corporal quanto mental. Manter boa saúde física e mental não é algo caro nem difícil, e está ao alcance de todos.

Um cuidado que temos que ter é com os pensamentos obsessivos. Já aconteceu alguma vez de você imaginar que é incapaz de deixar de pensar em alguma coisa? Procure se livrar dessa ameaça observando os seguintes passos:

  • Identifique os pensamentos que lhe causam angústia ou estresse.
  • No primeiro indício da possibilidade de pensamentos indesejáveis, diga (ou grite, se for preciso): CHEGA!
  • Procure se distrair ocupando a mente com pensamentos mais edificantes.

Cultive sempre uma atitude positiva para com todas as coisas e ocupe sua mente com temas agradáveis e construtivos. Entenda que somente quando o recurso dessa técnica de controle for transformado em hábito, você conseguirá “banir” de sua mente os pensamentos indesejáveis de forma instintiva e segura.

O ambiente também conta muito, especialmente quando o assunto for ruído e poluição sonora. Ao ultrapassar o limite de possível risco (60 decibéis), o som pode se transformar num grande agente estressante. Se o volume for aumentado, é capaz de provocar lesões no ouvido, inclusive a perda da capacidade auditiva. O excesso de ruído pode também provocar alterações psicofísicas: cansaço, irritabilidade, insônia, dor de cabeça, tensão muscular, etc. Todos esses sintomas estão associados ao estresse.

Em novembro de 2016, fui até a Alemanha e entrevistei o Dr. Thomas Munzel, na Faculdade de Medicina da Universidade de Mainz, com o objetivo de escrever uma reportagem para a revista Vida e Saúde. Ele tem se destacado por pesquisas que relacionam o barulho das grandes cidades (como o das turbinas de aviões e dos carros nas rodovias) a sérios riscos para a saúde. Segundo o Dr. Munzel, o estresse gerado por esses barulhos pode se tornar crônico, causando problemas cardiovasculares e até diabetes, devido ao nível elevado de cortisona. E o problema piora à noite, aumentando as chances de ataque cardíaco e derrame cerebral, às vezes tanto quanto ocorre com os fumantes! Portanto, o ambiente de dormir deveria ser o mais tranquilo possível. Pelo menos isso.

Além da preocupação com o ambiente em que você vive, seria bom também colocar em prática estas dicas, lembrando que, por serem tão importantes, voltaremos a elas no capítulo 9:

Dieta e alimentação – Os melhores alimentos são os que mais se aproximam de seu estado natural. Cereais integrais preparados com simplicidade (como o arroz) ou manufaturados (como o pão ou as massas) constituem a base da alimentação tradicional da humanidade. Hortaliças, frutas, legumes e frutas secas (oleaginosos) são também necessários por suas propriedades curativas e nutritivas. Alimentos de origem animal como carne, peixe, ovos, produtos lácteos e suas gorduras podem não ser as melhores opções para uma boa nutrição.

Água – A água é a melhor bebida e a que melhor renova os fluidos do organismo. Recomenda-se beber água em abundância diariamente (em média, seis a oito copos fora do horário das refeições). Outras bebidas de uso generalizado, como os refrigerantes, a cerveja e o café, são um peso para o organismo, que precisa fazer a detoxificação do álcool, da cafeína e dos corantes e armazenar o excesso de açúcares como gordura, que pode acabar obstruindo vasos sanguíneos ocasionando todos os tipos de doenças vasculares e cardiovasculares.

Exercício – Todos os órgãos e sistemas do corpo foram criados para atividades. Dentro dos seus limites e sob recomendação médica, exercite os músculos e os ossos para seu bem-estar e regeneração. Se esforce e pratique algum esporte ou hobby que lhe proporcione exercício físico, ou caminhe regularmente.

Substâncias nocivas – As substâncias denominadas psicoativas (drogas, álcool, fumo, etc.) afetam diretamente o sistema nervoso central e, consequentemente, o estado de ânimo e a capacidade de raciocinar. Um plano de prevenção ou cura do estresse excessivo eliminará completamente o uso de substâncias que alteram as funções mentais.

Descanso – Após o trabalho físico vem o descanso reparador. É importante o cansaço físico como também as horas para dormir. Respeitar as sete ou oito horas de sono que a maioria dos adultos precisa é tarefa de grande importância para a prevenção do estresse. Sem um bom descanso não é possível enfrentar as tarefas do trabalho normal, e isso produzirá ansiedade e estresse. Além do descanso da noite, é importante tirar férias de quando em quando e se desligar do trabalho. Temos, assim, o descanso diário e o descanso anual. Mas não está faltando nada? Sim, e muitas pessoas têm se esquecido desse importante princípio de repouso que lhes faria tão bem.

 

Dia antiestresse


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O quarto mandamento da lei de Deus diz o seguinte: “Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou” (Êxodo 20:8-11).

O mandamento mais esquecido é justamente o que começa com o verbo “lembrar”. Como faria bem para o Paulo, a Laura e o Carlão – na verdade, para qualquer pessoa – reservar um dia por semana para um repouso físico, mental e espiritual. E sabe por quê? Porque fomos criados para funcionar em ciclos de sete dias. A isso se chama “ciclo circaceptano”.

O corpo humano mantém seu próprio relógio biológico. Ele possui um “ritmo circadiano” interno de 24 horas que impulsiona o aumento e a diminuição de muitas moléculas, e tem também o “ritmo do sétimo dia”, ou “ciclo circaceptano”, que se repete a cada sete dias, sendo considerado um ritmo inteligente, devido ao fato de o descanso ser uma necessidade biológica. Isso é estudado pelos cronobiólogos, especialistas que pesquisam os caminhos dos ritmos biológicos, seus movimentos oscilatórios, sua ligação com o ambiente externo e como essas informações são recebidas e transmitidas através de um mundo pulsante para uma melhor abordagem da verdadeira natureza humana.

Jeremy Campbell diz em seu livro Winston Churchill’s Afternoon: “O ritmo circaceptano é uma das grandes surpresas que surgiram pela cronobiologia moderna. Há [alguns anos], poucos cientistas teriam esperado que ciclos biológicos de sete dias viessem a ser tão difundidos e estabelecidos. […] Eles são de origem muito antiga, aparecendo em primitivos organismos unicelulares, e são pensados para estar presentes mesmo em bactérias, a forma mais simples de vida agora existente” (p. 75).

A França (1793-1805) mudou a semana de sete dias para uma semana de dez dias, e a União Soviética (1929-1940) a mudou para uma semana de cinco dias, ambos os países acreditando que os sete dias fossem mera influência religiosa. A experiência da mudança terminou em fracasso completo em ambos os países, e a semana voltou ao seu modelo original.

Um ciclo de sete dias foi encontrado em flutuações da pressão sanguínea, no conteúdo ácido no sangue, em hemácias, no batimento cardíaco, na temperatura oral, na temperatura da mama feminina, na química e no volume da urina, na taxa entre dois importantes neurotransmissores – noradrenalina e adrenalina –, e no aumento e diminuição de várias substâncias químicas do corpo, como o hormônio de enfrentamento do estresse, o cortisol.

Outra curiosidade diz respeito à associação entre o descanso no sétimo dia da semana e a longevidade humana. Pesquisas afirmam que indivíduos que descansam no sétimo dia têm uma expectativa de vida maior que outros que não o fazem. Os números apontam para um acréscimo de vida de quatro a dez anos a mais, devido ao descanso nesse dia representar uma forma cultural de gestão do estresse e diminuição da pressão sobre o organismo humano.

“Quanto mais fundo se investiga o funcionamento interno da vida, uma ainda mais complexa, intrincada e maravilhosa exibição de projeto começa a aparecer”, diz o mestre em Ciências da Saúde Everton Fernando Alves. “O Designer não apenas deixou Suas impressões digitais em tudo o que projetou, como também deixou Seu ‘cartão de visitas’ contido nas células vivas, dizendo aos seres humanos o momento em que Ele projetou a vida: em uma semana de sete dias. Foi quando Ele encerrou o relógio da vida e o definiu, assinalando em cada uma de suas formas um ritmo de sete dias. É o ritmo do projeto ideal; uma sincronia para viver e funcionar como planejado.”

As recomendações de Deus sempre visam ao nosso bem-estar. Ao colocar em Sua lei um mandamento específico sobre a santificação de um dia da semana, Ele, na verdade, estava nos prevenindo a respeito da correria em busca de posses e do desgaste físico e mental que dela advém. Hoje, poderíamos dizer que, ao obedecer ao quarto mandamento, estamos, na verdade, melhorando nossa qualidade de vida e evitando o estresse. Além disso, estamos seguindo a própria lei da vida, afinal, o criador das leis físicas e biológicas é o mesmo criador das leis espirituais.

Quando vamos à Bíblia, percebemos que o sábado está presente do começo ao fim de suas páginas. Logo na origem da vida neste planeta, lemos em Gênesis 2:1-3 que o próprio Criador fez três coisas no sétimo dia: abençoou-o, santificou-o e nele descansou. Quando Deus santifica algo, isso significa que Ele coloca essa coisa à parte para um fim específico e sagrado. Quando Ele abençoa algo ou alguém, ninguém pode retirar essa bênção. Mas… Deus Se cansa?

Isaías 40:28 diz que não, afinal, Ele é o Todo-poderoso. De maneira semelhante, Jesus não precisava ser batizado porque não tinha pecados, mas fez isso para nos dar exemplo (Mateus 3:13-15). Da mesma forma, Deus nos deu exemplo “descansando” no sétimo dia. Além disso, esse descanso (shabbat, no hebraico) tem mais que ver com uma pausa em Sua atividade criadora.

Em Marcos 2:27, Jesus diz que o sábado é um presente dado ao “homem” (ser humano), não a um povo ou grupo específico – sem contar o fato de que quando o sábado é inaugurado na Terra, só havia Adão e Eva aqui (leia também Isaías 56:6, 7). Não havia judeus ou qualquer outro povo. Êxodo 20:8-11, Levítico 23:3 e Mateus 28:1 deixam claro que o sábado é o sétimo dia, e não qualquer outro dia da semana. E Ezequiel 20:12 e 20 mostra que o sábado é um sinal de fidelidade da criatura para com seu Criador. O sábado é o memorial da criação. Um templo no tempo.

Evidentemente que Jesus, o Verbo encarnado (João 1:1-3), só poderia ter guardado o sábado, quando esteve aqui na Terra (veja Lucas 4:16), atitude seguida também por Seus discípulos (Atos 16:13; 17:2) e pela própria Maria (Lucas 23:56). Adão e Eva, os patriarcas, os profetas e os seguidores de Jesus sempre santificaram o sétimo dia da semana, que, segundo a Bíblia, começa no pôr do sol da sexta-feira (dia da preparação) e vai até o pôr do sol seguinte (Neemias 13:19; Gênesis 1:19; Marcos 1:32; Levítico 23:32). A marcação da virada dos dias à meia-noite é uma invenção humana e vai contra o biorritmo natural humano.

“Se você vigiar seus pés para não profanar o sábado e para não fazer o que bem quiser em Meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então você terá no Senhor a sua alegria, e Eu farei com que você cavalgue nos altos da terra e se banqueteie com a herança de Jacó, seu pai” (Isaías 58:13, 14). É assim que Deus deseja que guardemos Seu santo dia – uma prática que, inclusive, perdurará pela eternidade (Isaías 66:22, 23).

Realmente faria muito bem ao Paulo, à Laura e ao Carlão reservar um dia por semana para um encontro especial com o Criador, com a família e consigo mesmos. O sábado é o passo atrás para o salto adiante.

Experimente você também descansar no sétimo dia. O sábado é um presente de Deus que chega até você todas as semanas. Desembrulhe-o!

 

Como tornar o sábado “delicioso”

  • Programe-se para receber o sábado, desde o início da semana.
  • Espere o sábado como o dia especial de comunhão com Jesus.
  • Ao pôr do sol de sexta-feira, reúna sua família, cantem, orem e recebam o sábado juntos.
  • No sábado pela manhã, vá à igreja como Jesus fazia.
  • Prepare (se possível na sexta-feira) uma refeição diferente e deliciosa para o almoço de sábado.
  • À tarde, se tiver filhos pequenos, programe um passeio por um parque ou outro local em que possam conversar sobre o poder e o amor de Deus manifestados na natureza.

• Ao pôr do sol de sábado reúna novamente a família para orar e se despedir do sábado, pedindo as bênçãos de Deus para a semana que se inicia.

 

Inconveniências dos tranquilizantes químicos


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O uso de produtos farmacêuticos (relaxantes musculares e tranquilizantes) em muitos casos é desnecessário. Com exceção do tratamento de patologias definidas, que exigem prescrição facultativa, os produtos farmacêuticos não superam os benefícios sintomáticos de outros tratamentos não químicos e produzem efeitos colaterais:

  • Sonolência
  • Diminuição de reflexos
  • Hipotensão
  • Enfraquecimento físico

Além disso, muitos medicamentos antiestresse tornam-se um vício e provocam sintomas muito desagradáveis quando sua administração é suspensa.

 

Faça um teste com você


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Para saber se seu estresse lhe traz prejuízo, responda SIM ou NÃO às seguintes perguntas:

  1. Aproveita a natureza em seu tempo livre?
  2. Faz uso de bebidas alcoólicas?
  3. Come frutas e verduras em abundância?
  4. Você fuma?
  5. Pratica exercício regularmente?
  6. Usa tranquilizantes habitualmente?
  7. Mora em uma casa limpa e ordenada?
  8. Mora em um bairro barulhento?
  9. O seu lar tem ambiente aconchegante?
  10. Você está sempre rodeado de muitas pessoas?
  11. Tem bom apetite?
  12. Tem esquecido das coisas com facilidade?
  13. Sua digestão funciona bem?
  14. Você se sente cansado sem razão aparente?
  15. Dorme bem?
  16. Você se irrita com facilidade?
  17. Tem bom relacionamento com seus superiores?
  18. Utiliza o carro como meio de trabalho?
  19. Tem um trabalho estável?
  20. Precisa levar trabalho para fazer em casa?
  21. Tem bom relacionamento com seus companheiros e amigos?
  22. Fica muito impaciente quando tem que esperar alguém?
  23. Sabe ouvir com paciência?
  24. Você fala muito?
  25. Está satisfeito com sua vida sexual?
  26. Procura fazer as coisas melhor que os outros?
  27. Está satisfeito com sua maneira de ser?
  28. Você é perfeccionista?
  29. Tem senso de humor?
  30. Fica irritado quando tem que esperar em uma fila?

 

Pontuação:

Confira as perguntas ímpares e anote um ponto para você em cada NÃO: ………

Confira as perguntas pares e anote um ponto para você em cada SIM: ………

Ignore os SIM das ímpares e os NÃO das pares.

Soma total: ………

 

Interpretação:

De 0 a 7 pontos

Você está bem protegido contra o estresse e talvez precise haver uma pequena alteração para obter ainda maior estímulo em sua vida.

De 8 a 13 pontos

Você está no nível médio de estresse. As coisas podem tomar uma ou outra direção e é importante adotar medidas preventivas.

De 14 ou mais pontos

É um aviso para que você faça um exame de seus hábitos de vida, do ambiente em que vive, de sua atitude mental e seus relacionamentos, e faça planos para melhorar.